O jovem e sua segunda vida
Na tal entrevista aberta com os jovens a única frase deles que me impressionou foi a de uma moça de 17 anos, classe média, bastante esclarecida e com nível de renda altíssimo, que declarou ler jornal todo dia de manhã (???) e que diz passar o dia conectada com seu blackberry (aquele telefone celular que tem teclado e opção de conexão wireless para web).
- Ah, o Google para mim é onde a Internet começa. É um grande filtro para o mundo.
O curioso disso é que o Orkut , ferramenta da empresa mais focada no público jovem – e de grande sucesso no Brasil -, nem é citado pelos caras. Para eles é só mesmo um buscador de notícias, imagens e arquivo. O grande barato de interação da garotada é o Facesbook.com, o MySpace.com (o orkut do Murdoch) e o SecondLife.com.
Este último então é o mais louco de todos: parecido com o game The Sims, nele vc pode criar uma realidade paralela à sua e interagir com outras pessoas, tão desocupadas e neuróticas como você, em tempo real. Os criadores e gerenciadores desse grande surto coletivo faturam com publicidade criada especialmente para esse mundo virtual e que atrai os grandes players como as indústrias de alimentos e montadoras.
Comentário da VP e editora-chefe da MSNBC, Jeniffer Sizemore, sentada ao meu lado:
- Meu Deus, eu mal consigo dar conta da minha vida real, que dirá se eu ainda tivesse uma outra virtual.
Faço das palavras dela, as minhas.
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