6.11.06

E por falar em integração de redações

A palestra da ONA sobre o tema foi uma das mais concorridas. Eu, mal acostumada com farta quantidade de lugares para escolher, bobei e deixei para chegar exatamente na hora da palestra. Resultado: fiquei sentada no chão!!! Não fosse o simpático e hospitaleiro Neil Chase, editor do Continuous News Desk do NYT, eu teria passado aqueles 70 minutos ali, imprensada entre a porta e um editor da BBC. Resgatada pelo amigo, pude assistir as discussões mais de perto e verificar que nossos dramas e dúvidas sobre como aumentar a sinergia entre as redações off e online são vivenciados pelos quatro cantos do mundo.

Alguns apostam em juntar todo mundo, ombro a ombro, deixar o pau comer entre eles e que vençam os mais espertos. É caso do The Journal, um jornal pequeno de Delaware. Tem uma equipe de 120 pessoas e diz que 60% fazem de tudo: jornal, mobile e web. Mas quando eu pergunto como é a rotina do repórter no dia-a-dia ele deixa escapar que nem todo mundo faz tudo. Lógico! Ninguém é bom em tudo!

No USA Today, juntaram os suplementos na primeira fase. Mesmo sem hard news, a carga horária da turma cresceu e já há reclamações e desânimos em relação a isso.

No portal ESPN, é tudo separado e, segundo o editor-executivo, o sucesso é justamente esse.

No Washington Post, também: vidas separadas, um mesão na redação num tentaiva de melhorar a sinergia. Mas as condições de trabalho e de clima muito diferentes não contribuem para tal.

No NYT, a integração serviu para colocar um balde de água fria na galera do online, que passou a ser um satélite do impresso, o astro mestre. O clima é tão esquisito que a gente nem agüentou ficar muito tempo lá na redação do Digital.

BBC, CNN, MSNBC... poderia enumerar vários exemplos, nenhum que eu tenha achado bom suficiente para copiar ou importar.

Enfim, minha opinião não mudou.

Acho que o melhor caminho ainda é conseguir diagnosticar a cultura que impera nas redações, enxergar deficiências e qualidades e junto com as equipes construir esse caminho, cujo objetivo final deve ser produzir produtos melhores, com mais qualidade e inteligência na produção. Com os melhores, mais preparados e comprometidos profissionais que pudermos ter.

Para o papel, o online, o celular, o ipod, o chip que estará instalado na cabeça de nossa audiência num futuro não mais tão longe...