19.9.05

Na onda da WebTV

As empresas de comunicação, em especial as dos EUA, estão investindo cada vez mais em WebTV acompanhando o fenômeno dos vlogs (blogs em vídeo) e o crescimento dos usuários de banda larga. Algumas ações interessantes que foram anunciadas:
* O Yahoo!News ampliou suas parcerias e vai oferecer notícias em vídeo da CNN.com e da ABC News. O portal já fornece a seus leitores vídeos da Reuters e da AP. Tudo de graça.

* A AP vai lançar uma rede de distribuição de vídeos a seus jornais parceiros, que também poderão usá-la como distribuidor de seus vídeos

* O grupo CBS vai criar um canal de vídeonotícias 24 horas online. Para ser gratuito, o canal terá anúncios e a idéia é atingir o mercado de TV a cabo

* O MSNBC.com elevou sua audiência com a oferta de vídeos gratuitos (com anúncios) e vai ampliar o canal vídeo.

* A CNN.com está com mais e mais vídeos. Todos free, mas com anúncios. A rede pretende lançar uma assinatura premium com vídeos sem anúncios

* A CMP Media lançou em junho o Show da Notícia, cobertura online em vídeo de temas de tecnologia com patrocínio da Lexmark International e Computer Associates

Da série não dê as costas para o seu leitor

A CBS, maior rede de TV americana, lançou há duas semanas um blog, o Public Eye, onde os jornalistas do grupo responderão aos leitores sobre determinadas decisões editoriais. A medida é uma tentativa de resgatar a impressão de transparência e imparcialidade do leitor, em especial, depois da crise em que mergulhou a mídia americana em 2004, com denúncias da prática de mau jornalismo. É, no mínimo, corajoso. Confira aqui.

7.9.05

Midiacídio ou midiamorfose? Eis a questão

Tive a oportunidade de participar essa semana de uma reunião onde estava o jornalista e professor da Universidade do Texas Rosental Alves, um defensor de primeira hora da internet e do jornalismo online. Foi ele quem colocou no ar há dez anos o primeiro jornal brasileiro na web. Era 1995 e trabalhávamos no JB. No mesmo ano, saiu do jornalismo diário, rumo à academia no Texas. De lá, acompanha de perto os movimentos do jornais em torno da web, promove seminários e discussões, defende a multimídia e a convergência.
Perguntei a ele sobre o futuro do jornalismo impresso. Nem um pouco constrangido, mesmo diante de dois editores-chefes de jornais brasileiros, ele responde que não vê um caminho promissor. Acha que o mercado brasileiro, a exemplo do americano e do europeu, vai ser invadido pelos gratuitos. Aposta no fortalecimento crescente da internet e aponta como caminho para os jornalões um jornalismo mais pensado e profundo. Lembra que lá fora os jornais desistiram de olhar a circulação e dão valor agora à audiência. Audiência essa que é a soma de todas as suas ações no mercado, seja com os tradicionais impressos, seja com compactos ou gratuitos, seja na web.
Alerta ainda para o fato de mais da metade dos jornais americanos já terem um parceria com uma rede local de TV e diz que essas parcerias são de verdade: os jornalistas das redações fazem reuniões de pautas conjuntas e trocam informações, atentos à melhor forma de manter o leitor/telespectador/internauta dentro de sua audiência.
Ressalta que hoje esse leitor/telespectador/internauta sabe que controla onde, como e quando encontrar a informação que ELE quer. E reafirma que todos nós somos multimídias. Não há motivo para ignorar essa realidade e não tirar proveito dela.
Lutar contra tudo isso a essa altura do campeonato é, segundo ele, midiacídio. É lutar contra o inexorável.
Estarão em melhor situação os que souberem aceitar o novo cenário e fazer a midiamorfose.
Ela trará perdas, sem dúvida, mas também trará ganhos.

Mais jornais online no ar

O número de jornais online cresceu 13,2% em 2004 em relação a 2003.
Agora já são mais de 1,5 mil, segundo dados da WAN.

6.9.05

A tribo dos podcasts, RSS e blogs

Homem jovem, com conta bancária recheada e entusiasta de novidades tecnológicas que não passa um dia sem surfar na web. Este é o perfil do consumidor médio de blogs, notícias por RSS e podcasts, segundo nova pesquisa divulgada pelo instituto Jupiter Research. Um grupo de elite, seleto, altamente atraente para a ação dos marqueteiros e que cresce rapidamente. Dos 4 mil internautas ouvidos pelo levantamento em junho apenas 11% leram um blog ao menos uma vez por mês nos últimos doze meses. Em 2004, esse percentual era de 6%.
O universo dos podcasts é mais tímido ainda: somente 7% dos entrevistados já fizeram um download ou ouviram um podcast regularmente no último ano. RSS ou XML? Apenas 3% dos internautas ouvidos utilizam essas ferramentas com alguma freqüência.
Os números baixos ainda não devem desestimular quem pensa em enveredar por esses caminhos no fornecimento de conteúdo na web. Isso porque a mesma pesquisa mostra que, mesmo sendo pequena, essa tribo cresce e tem forte poder de persuasão em relação aos demais navegantes...

3.9.05

Da arte de ler e-mails e saber não deletar

No meio de um cenário de catástrofe, mais uma vez, a internet surgiu não só como instrumento de comunicação, mas tb de assistência social. Foi através dela que boa parte do mundo descobriu o que se passava de verdade no Mississipi e na Louisiana depois da passagem do furacão Katrina.
Na terça-feira, recebemos lá no site onde trabalho uma mensagem por e-mail denunciando as condições em que se encontravam as milhares de pessoas desabrigadas e abandonadas pelo governo americano numa situação absolutamente degradante. Não ignoramos os e-mails. Fomos atrás das histórias que não estavam em nenhuma agência de notícias, em nenhum site de jornal ou de TV dos EUA.
Ok, vcs vão dizer: "Nova Orleans estava bloqueada pelo Exército. A região estava alagada, a imprensa não tinha como chegar lá"
Humm, será que o site onde trabalho foi o único a receber e-mails sobre a situação???
Que sorte a nossa...
Por termos coragem de ouvir nossos leitores e não darmos as costas para eles, antes da CNN, do NYT.com e do Washingtonpost. com conseguimos contar aos nossos leitores a verdadeira história que tinha como protagonistas americanos pobres que não tiveram condições de fugir do furacão.
E, com isso, não só ganhamos clicks de audiência, mas ajudamos a pressionar os governos para que essas pessoas fossem encontradas e salvas. Isso é fazer jornalismo.
No dia seguinte, os repórteres das agências, jornais e TVs estavam lá, também contando boas histórias.
Mas o e-socorro havia chegado antes...